Bem, a “regra” é: o leite deve descer até o segundo dia. Alguém te prepara para o contrário? Não! O leite pode não descer e a mulher começa a se sentir culpada por não estar alimentando sua cria como deveria.
Aquele corpo que agora está vazio não pertence mais aquela mulher. Pertence ao bebê. São noites mal dormidas, reações físicas do corpo que aparecem sem pedir licença. Eu recebi a benção de não sentir dor na amamentação. Meu seio não sangrou como o de algumas mulheres. No entanto, o leite demorou muito mais para descer. Eu chorava de desespero ao ver que minha filha tinha fome e eu não conseguia alimentá-la.
São 40 dias que o corpo tem para se despedir daquele processo que durou nove meses. Depois desses 40 dias a mulher deve estar linda, com o corpo de volta ao que era antes e uma vontade danada de “namorar”. Oi????? Me desculpem os homens novamente, a última coisa que lembramos é isso. Nosso corpo está tão esgotado que não sobra espaço para esta função. Abençoada a mulher que tem um parceiro que entende e respeita o seu tempo de recuperação. Fiquem tranquilos. O problema não são vocês. E calma, vai passar!
Durante esse período nos sentimos felizes e miseráveis no mesmo dia. As oscilações de humor são frequentes e irritantes. A mulher olha sua cria e vê a obra prima, ela ama aquele ser mais do que ama a própria vida. Aquele ser depende exclusivamente dela. O laço que se cria no puerpério se eterniza. Eu não fui preparada para ele, mas Deus preparou a meus filhos para me ajudarem a passar por ele. Eles vieram ao mundo já vestidos de doçura. Não choravam, não tinham cólicas intermináveis. Eram bebês calmos, fora da curva. Eles me ensinaram a ser mãe. Cabe aos homens deixar seus filhos ensinar a eles o papel de pai.
O puerpério acaba e o que vem depois são aprendizados diários, lições de vida, desafios e o mais importante: vem o amor mais profundo que alguém pode sentir por outra pessoa. Nunca mais somos as mesmas. Somos uma versão bem mais forte e destemida. Somos a versão MULHER E MÃE!