Romance contemporâneo: o que mudou no gênero?

Desde os primeiros livros do gênero, o romance sempre foi o gênero mais popular do mundo. Por quê? Pode haver vários motivos: o fato de que é um sentimento inerente a todos os seres, nossa necessidade de acreditar na felicidade ao lado de outra pessoa ou a simples inspiração que o amor nos dá para nos tornarmos pessoas melhores.

Nem todos os romances tratam de histórias de amor, mas hoje falamos sobre essa conexão entre o romance (relação) e o romance contemporâneo (obra literária) com temática de relacionamento amoroso.


Como um conceito tão abstrato, não é de se admirar que a crença popular nesse sentimento e em como a relação dele ocorre também mude. Afinal, nós evoluímos muito psicologicamente desde a antiguidade (certo?), assim, esse conceito também evoluiu e, o que considerávamos romântico e maravilhoso antigamente, pode ser abusivo ou depreciativo hoje. Por isso, viemos falar sobre como esse gênero se reinventou e o que tem feito sucesso no que se trata do novo amor!

O romance contemporâneo é considerado um subgênero do romance e sua principal característica é trazer cenários conhecidos e comuns a nós. Diversos romances que hoje são de época foram contemporâneos quando escritos, assim como os que escrevemos hoje serão históricos daqui a 100 ou 200 anos. Então, indo direto ao ponto, quais as mudanças que podemos notar?


A principal é como os romances se iniciam. É inimaginável para nossa geração nos casarmos por obrigação ou medo de ficarmos sozinhos. Afinal, pessoas desacompanhadas eram mal vistas e uma mulher que chegasse aos 20 solteira, claramente não era uma mulher de sorte ou confiável. Fosse por falta de atrativos, desejo de ficar só ou pura falta de sorte, uma mulher não era uma mulher se não fosse casada e tivesse filhos e isso era válido tanto para a realeza quanto para a plebe. Assim, quanto mais próxima dessa “data de validade” a mulher estava, maior era seu desespero ou o de seus pais para encontrar alguém para a filha, em alguns casos, até aumentando o dote, visto que assim seria mais fácil um encontrar um homem que se interessasse. Hoje, a vida começa aos vinte, tanto para os homens quanto para as mulheres. É a idade em que estamos na faculdade, buscando estágios e trabalhando em nosso futuro. Casar-se nessa idade hoje em dia é muito raro devido a toda essa correria e a estarmos começando nossa vida.


Outra coisa marcante em romances contemporâneos é que as mulheres são fortes, mas de uma maneira diferente. Em histórias como Jane Eyre, a órfã, com uma personalidade forte, foi indesejada para muitos. Apesar de sua boa índole, sua má aparência fez com que demorasse para encontrar o amor. Sua riqueza repentina é dividida com seus outros familiares, visto que dinheiro nunca foi sua principal ambição. Claro, tudo isso condições de família. Nos romances de hoje, as mulheres têm maiores chances de criar seu próprio destino porque sua posição social influencia menos no âmbito de trabalho. Tendo um bom currículo e boas capacidades, é possível chegar a um status social elevado apenas com nosso próprio esforço (difícil, porém real). Muitos romances contemporâneos, como Função CEO, de Tatiana Amaral, mostram mulheres que subiram a um status social elevado graças a sua capacidade. Tudo é possível!


Não apenas as mulheres, mas os homens dos romances contemporâneos também mudaram muito. Quando os homens amam uma mulher, mostram suas fraquezas, dividem seus segredos e não a monopolizam. Dificilmente o Sr. Darcy teria se casado com Elizabeth Bennet se ela não fosse virgem ou já tivesse saído com algum amigo dele, mas o contrário seria real porque era um comportamento aceitável para homens. Hoje em dia, o passado fica no passado. O que realmente importa é ser leal e dedicado à pessoa que está ao seu lado agora (e fiel!). O valor das pessoas é definido por suas ações e a chance de redenção é muito maior do que em tempos passados.


Quando vivemos em uma sociedade em eterna transformação, é impossível que conceitos e sentimentos não mudem com ela. Podemos dizer que o amor, por ser um sentimento tão presente na história da humanidade, foi o que mais sofreu alterações. O amor romântico principalmente. Hoje, aceitamos que cada pessoa tem um entendimento diferente de amor e que cada casal é um universo. Pode ser inaceitável para um casal praticar a poligamia e um sinal de falta de respeito enquanto, para outro, é o único modo de manter o amor e interesse pela pessoa que escolheram. Somos pessoas diferentes, com criações e entendimentos diferentes, então por que uma só definição de amor deve bastar a todos nós? Amar é ver quem amamos feliz. Se for conosco, perfeito. Se for longe, estaremos torcendo e buscando nosso próprio caminho. Nem sempre o amor permanece ao nosso lado, mas é sempre marcante em nosso amadurecimento e nossas vidas e hoje mais do que nunca aprendemos a nos respeitar e perdoar os erros do amor. Assim, como não criaríamos histórias tão belas sobre estar próximos de quem amamos?
É claro que não podia encerrar o tema sem falar sobre os romances que mais tem feito sucesso no Brasil. Os romances escritos nos últimos dez anos tem uma característica importante: a independência. Acreditamos que o amor deve acontecer quando as pessoas estão bem, que ele não deve vir como uma muleta porque isso o torna uma necessidade, um placebo. Acreditamos em viver nossa vida pessoal e a vida a dois, não misturando uma com a outra. Para muitos, é a melhor maneira de sentir sua própria importância na vida a dois, não sendo espectador do outro. Vamos ver alguns exemplos?

TETO PARA DOIS – BETH O’LEARY


Eles dividem um apartamento com uma cama só. Ele dorme de dia, ela, à noite. Os dois nunca se encontraram, mas estão prestes a descobrir que, para se sentir em casa, às vezes é preciso jogar as regras pela janela.
Três meses após o término do seu relacionamento, Tiffy finalmente sai do apartamento do ex-namorado. Agora ela precisa para ontem de um lugar barato para morar. Contrariando os amigos, ela topa um acordo bastante inusitado.
Leon está enrolado com questões financeiras e tem uma ideia pouco convencional para arranjar dinheiro rápido: sublocar seu apartamento, onde fica apenas no período da manhã e da tarde nos dias úteis, já que passa os finais de semana com a namorada e trabalha como enfermeiro no turno da noite. Só que tem um detalhe importante: o lugar tem apenas uma cama.
Sem nunca terem se encontrado pessoalmente, Leon e Tiffy fecham um contrato de seis meses e passam a resolver as trivialidades do dia a dia por Post-its espalhados pela casa. Mas será que essa solução aparentemente perfeita resiste a um ex-namorado obsessivo, uma namorada ciumenta, um irmão encrencado, dois empregos exigentes e alguns amigos superprotetores?

PARA TODOS OS GAROTOS QUE JÁ AMEI – JENNY HAN

Lara Jean guarda suas cartas de amor em uma caixa azul-petróleo que ganhou da mãe.
Não são cartas que ela recebeu de alguém, mas que ela mesma escreveu. Uma para cada garoto que amou – cinco ao todo. São cartas sinceras, sem joguinhos nem fingimentos, repletas de coisas que Lara Jean não diria a ninguém, confissões de seus sentimentos mais profundos.
Até que um dia essas cartas secretas são misteriosamente enviadas aos destinatários, e de uma hora para a outra, a vida amorosa de Lara Jean sai do papel e se transforma em algo que ela não pode mais controlar.

TE JURO AMOR EM SILÊNCIO – RAÍZA VARELLA

Ele é um príncipe do diamante – o caçula dos quatro herdeiros da renomada Joalheria Benite’s e de um magnata joalheiro mundialmente famoso pelos fabulosos anéis de noivado que desenha. Ela não sabe disso ainda, mas escuta absolutamente tudo que acontece no apartamento dele. Ele também não sabe disso ainda, mas vai descobrir.
Ela é advogada de crimes do colarinho branco na renomada Xavier & Pallace.

SANGUE REAL – JAS SILVA

Santiago Salvatore é o meu pior pesadelo.

Eu não o odeio, porque ele mentiu ou me enganou. E sim porque matou o único homem que amei nessa vida. E agora, de uma maneira sórdida e obsessiva, ele me quer. Só que essa não é exatamente uma história sobre amor e finais felizes. Essa é a minha história e de como me infiltrei em um dos cartéis mais perigosos do México. Deitei-me na cama de El Señor de la Guerra, e o traí.

Manoela García foi um presente.

Uma oferta de paz feita por um aliado. Ciente dos riscos, eu a deixei entrar em minha vida. Então ela mentiu, trapaceou, jogou com meus homens e comigo. Fodeu com tudo! Ela só não se preparou para o momento em que eu descobriria a farsa por trás de sua língua ardilosa e olhos de feiticeira. Nem para o fato de que, no meu mundo, só há um final para traidores. Resta-me agora, mostrar a pequena mentirosa o que acontece quando se brinca com um Salvatore.

E então, qual seu tipo de romance?