Explicação da escolha do título da Categoria “Consciência de Sí”. Este texto foi imaginado como um colóquio entre um Mestre e um discípulo, apropriado para um espaço com uma atmosfera que destaca a busca pela consciência de si como uma jornada mística e transformadora.
Mestre: Lembra-se que criei a categoria “Consciência de Si” para o Portal da Polo? Foi um espaço que surgiu para reunir artigos e reflexões sobre o desenvolvimento mental e espiritual.
Discípulo: Sim, Mestre, e fiquei curioso para entender melhor por que escolheu esse nome. “Consciência de Si” parece tão profundo e enigmático.
Mestre: De fato, é um conceito que vai além da mera percepção de quem somos no dia a dia. A palavra “Si” neste contexto não se refere a algo superficial ou transitório. Ela aponta para o próprio centro do ser, o núcleo mais autêntico que transcende a nossa identidade cotidiana. É o que somos além dos pensamentos, memórias e rótulos que carregamos. Imagine o “Si” como essa essência que se oculta por trás do fluxo incessante de pensamentos e das máscaras que vestimos.
Discípulo: Como um olhar mais profundo sobre o próprio ser, talvez?
Mestre: Exatamente. Ter “Consciência de Si” é cultivar a capacidade de se observar além da superfície, acessar esse núcleo essencial que raramente tocamos. É uma prática de auto-observação que requer desapego das características superficiais para ver o que verdadeiramente é, e não apenas o que parece ser.
Discípulo: E como essa consciência se manifesta, Mestre?
Mestre: Ela se manifesta por meio de práticas que expandem nossa percepção, como a atenção plena, o yoga, a meditação e a filosofia. É quando olhamos para dentro e percebemos que a nossa consciência não é limitada pelo que conhecemos superficialmente de nós mesmos. Esse “Si” nos revela uma dimensão mais pura e nos conduz a uma compreensão existencial e espiritual, uma compreensão que vai além de qualquer descrição social ou psicológica.
Discípulo: Mestre, e a psicanálise? Ela também busca olhar para o interior, não?
Mestre: Sim, a psicanálise faz um trabalho valioso ao ajudar as pessoas a desvendar questões pontuais, problemas que emergem do passado e influencias suas vidas. Mas a “Consciência de Si” vai além; é um processo de despertar para aquilo que permanece em nós quando esses problemas pontuais são compreendidos e dissolvidos. A psicanálise pode ser uma parte do caminho, enquanto a “Consciência de Si” é um mergulho contínuo para descobrir nossa essência além das sombras e dos dilemas.
Discípulo: Interessante! Mas algo me intriga. O senhor mencionou que essa ideia veio de um livro, não é?
Mestre: Sim, fui inspirado por P.D. Ouspensky. Ele foi um pensador profundo e explorador da natureza da consciência. Ouspensky descreve a “Consciência de Si” como um estado elevado de percepção e presença, algo que ultrapassa a consciência mecânica que domina nosso cotidiano. É um estado de ser que nos torna, de fato, mais presentes e menos aprisionados ao ciclo de reações automáticas.
Discípulo: Então, essa “Consciência de Si” seria um ponto de chegada, mas também o caminho?
Mestre: Perfeitamente. Antes de chegar a esse nome, fiz uma pesquisa cuidadosa. Reuni vários títulos possíveis e até conduzi uma enquete com autores da PoloBooks. Curiosamente, após todo o processo, ao me recordar de “Consciência de Si”, senti um despertar imediato para o propósito mais profundo dessa categoria. Compreendi que nenhum outro título expressava tão bem a essência das práticas mentais e espirituais. Esse nome ressoou com o verdadeiro objetivo: despertar para uma nova dimensão do ser.
Discípulo: Parece que o título, em si, já é uma chamada à busca interior.
Mestre: Isso mesmo. A escolha de “Consciência de Si” reflete uma busca pelo autoconhecimento e pela transcendência da percepção ordinária. É uma expressão daquilo que realmente buscamos: explorar o ser em sua profundidade. Esse título nos convida a tocar essa dimensão mais consciente do nosso ser e a explorar novas formas de estar presentes, seja como leitores, autores, ou praticantes.
Discípulo: Então, posso entender que essa categoria é como um convite a cada pessoa que se engaje com ela, para que se torne mais presente e consciente.
Mestre: Exatamente. Quero que esta categoria inspire os autores a enviarem seus escritos para o Portal da Polo, compartilhando essa jornada. Que ela continue a motivar leitores e escritores a explorar a própria consciência, a questionar as próprias percepções e a nutrir o desejo de tocar o “Si” profundo. Essa é a verdadeira magia: a cada leitura e a cada palavra escrita, convidamos outros a mergulharem nessa mesma jornada.
Sempre me pergunto por que meus olhos não enxergam por dentro? Quantos minutos por dia me dedico ao autoconhecimento e a manter meus olhos no meu despertar mais profundo? Quando me deparo com pessoas que trazem estes minutos para minha vida, só tenho que agradecer! Gratidão!
“Consciência de Si” responde a essa pergunta. Cada vez que você tem consciência de si você se comunica com o seu profundo interior, mas logo esquece para voltar ao seu fluxo de pensamentos lógicos, dominado pelo emocional e por sua experiência de vida que se repetem e voltam a passar pela sua mente as mesma imagens gravadas em seu inconsciênte. Até voltar a ter essa consciência novamente.
Um excelente convite para percorrer realizar esta viagem interna e descobrir as inimagináveis pessoas e os diversos locais que guardamos dentro de nós.
Uma grande viagem literária, utilizando os recursos literários da dramatização para falar com os nossos leitores.
Caro Ivo,
O projeto apresenta um diálogo reflexivo e poético que explora a profundidade do conceito de “Consciência de Si”. Ele se desenvolve claramente, com uma boa escolha de linguagem, que combina simplicidade com um tom filosófico acessível. A conversa entre o Mestre e o Discípulo é cativante, por ilustrar o processo de transmissão de conhecimento espiritual, reforçado pela curiosidade genuína do discípulo e a sabedoria do mestre. A compreensão gradual e mais profunda do conceito de consciência, saindo da visão cotidiana para alcançar uma dimensão mais elevada e transcendental. Acredito no caminho proposto.
Para explicar o porque da escolha de “Consciênica de Si” para nossa Categoria ,optei por usar a fugura literária do diálogo, da dramatização e nada melhor que o diálogo entre um mestre e seu discípulo para continuar dentro do clima de nossos escritos filosóficos, místicos.
Mestre e discípulo estariam dialogando dentro do mesmo sujeito? Seria a essência comparada a uma folha em branco? E quando as palavras não dão conta da expressão de si, como conceituar a própria essência? Esvaziar os fragmentos impressos em nós por outras mãos seria defrontar com a grandiosidade do desamparo?
Um belo diálogo para reflexão.
Você viu? Transformei, arbitrariamente, um texto descritivo linear, que já tinha escrito antes, em um diálogo entre dois personagens, criados no calor do entusiasmo, contando a escolha do nome “Categoria de Si”. Em termos de literatura, este processo de transformar um texto descritivo em um diálogo entre personagens, para enriquecer a narrativa, é chamado de “dramatização” ou “diálogo dramatizado”. Em literatura, esta técnica é usada para dar vida a conceitos abstratos ou explicações lineares, tornando-os mais dinâmicos e acessíveis ao leitor.
Ao dramatizar um conceito, você cria personagens que discutem, questionam e revelam a ideia de forma natural e envolvente, aproximando o leitor da mensagem. Esse recurso é comum em diálogos filosóficos ou em textos que buscam trazer ensinamentos de maneira mais leve, e remonta a tradições clássicas, como os diálogos de Platão, onde as ideias são exploradas por meio da interação entre Mestre e Discípulo.
Espero ter respondido à tua indagação. E espero, Mary, ter em breve um artigo escrito por você cujo tema pode ser a sua espiritualidade, um artigo que responda às perguntas que você fórmula nos seus comentários. Praticamos o exercício da escrita para responder a perguntas que estão tão dentro de nós que de outra forma jamais as ouviríamos, e através da escrita elas vão saindo. O artigo tem que ter entre 600 a 900 palavras.
“Olá, Ivo. Texto belíssimo. O formato de diálogo me faz pensar nesta busca pela consciência de si.
Gostei especialmente do trecho onde o mestre comenta que a psicanálise trabalha com questões pontuais, enquanto a ‘Consciência de Si’ seria um mergulho além dos problemas do passado. Que a psicanálise não consegue alcançar.” Em breve vou escrever um artigo sobre este assunto.
Sim, Henrique, precisamos do seu artigo para esclarecer pontos sobre a psicanálise e você é um estudioso e profissional da área. Aguardamos seu artigo.
Um texto de linguagem rica e de profundidade filosófica. A escolha por fazer o texto em formato de diálogo entre mestre e discípulo deixa seu conteúdo mais didático. Como sempre, parabéns, Ivo!
Quem escreve sempre acaba escrevevendo muito e chega um momento que o próprio texto pede para mudar as palavras, que acabam por ficar repetitivas, mudar o assunto, outro ângulo de abordagem, a forma como se escreve e neste caso, vi que poderia criar um outro ambiente, transformei uma simples explicação em um diálogo entre Mestre e Discípulo para criar um ambiente mais envolvente e acolhedor.
Interessante essa proposta! Espero que tenhamos bons textos aqui!!!
Sim, você te razão, Fátima. e espero receber mais artigos sobre este tema. “Consciência de Si” não é apenas um título; é um chamado. Ele nos lembra que o crescimento pessoal não vem de seguir regras externas, mas de um despertar interno, de uma conexão com aquilo que é genuíno em cada um de nós. E é isso que esta categoria pretende: servir de refúgio e de inspiração para quem deseja trilhar esse caminho de autoconhecimento e superação.