Manter a sanidade em tempos de crise não é uma tarefa fácil. Hoje, vemos de perto os efeitos e sequelas deixados por uma pandemia, mas houve diversos cenários como esse onde as pessoas não tiveram a mesma sorte que temos. Pois, sim, é sorte ainda termos acesso à Internet, comida em nossas casas e contato com pessoas que amamos mesmo sem poder sair de casa.

Não queremos e não podemos defender o cenário de 3 mil pessoas mortas por COVID-19 em 24 horas e a falta de infraestrutura do país. Chega a ser sarcástico falarmos em sorte, mas isso apenas porque, no artigo de hoje, vamos falar sobre pessoas inspiradoras que encontraram voz em meio a crises mundiais, guerras e pandemias.

Essas pessoas retrataram com emoção como foi a sobrevivência durante os maiores cenários de caos que conhecemos e também retrataram o pensamento de suas épocas com avidez. Para o bem e para o mal, as histórias de suas vidas e ideais viraram obras históricas e continuam sendo estudadas até hoje. Vamos a elas?

1. O DIÁRIO DE ANNE FRANK – ANNE FRANK

O diário de Anne Frank dispensa apresentações. Ainda hoje a história da menina judia que passou anos no sótão com sua família e foi morta pelos nazistas emociona a todos. Ela conta seus medos, receios e esperanças nesse diário após lutar em vão para sobreviver ao holocausto.
“Nesses momentos não penso no infortúnio, e sim na beleza que permanece. É nisso que eu e mamãe somos muito diferentes. Seu conselho diante da melancolia é: “pense em todo o sofrimento que há no mundo e agradeça por não fazer parte dele.”, meu conselho é: “saia, vá para o campo, aproveite o sol e tudo que a natureza tem para oferecer. Saia e tente recapturar a felicidade que há dentro de você; pense na beleza que há em você e em tudo ao seu redor, e seja feliz.”

2. MEIN KAMPF – ADOLF HITLER

Ditado ao seu fiel secretário Rudolf Hess em 1923, na prisão de Lands¬berg – onde cumpria uma pena de cinco anos depois do golpe falhado em Munique – A Minha Luta é, de certa forma, o manifesto do nacional-socialismo tal como Hitler o entendia. Apesar do seu estilo errático e por vezes alucinado, a obra contém a sua visão programática para a sociedade alemã – com alusões pouco veladas de eugenismo e uma ênfase obsessiva na questão racial, por exemplo, mas também sobre o papel da mulher alemã ou dos sindicatos –, para uma nova política externa (a referência constante à necessidade de espaço vital, mas também à política de alianças a levar a cabo) e, ainda, premonitoriamente, sobre os judeus.
No fundo, 10 anos antes de chegar ao poder, o que viria a ser a política interna e externa do III Reich levada a cabo por Hitler já estava plasmada em livro. Embora algumas das suas ideias, em termos geopolíticos, reflitam os medos e anseios dos Alemães, fruto da sua posição geográfica no continente europeu – a eterna obsessão com as alianças que pudessem contrariar o «cerco», o aperto entre a França e a Rússia, agora pela mão do bolchevismo – noutros aspectos o texto é mais perturbador, em especial na questão do eugenismo, no futuro dos povos de Leste e, essencialmente, no destino a dar aos judeus…

Esse livro, escrito aproximadamente 22 anos antes da Segunda Guerra Mundial, foi uma “bíblia” alemã durante o III Reich. Todos liam sobre a vida e ideais de Adolf Hitler e como levariam a Alemanha para uma nova era dourada. o nazismo deixou muitas sequelas e alguns seguidores desses ideais ainda persistem como neo-nazistas, enquanto Mein Kampf ainda é usado como objeto de estudo.

3. UMA MULHER SEM IMPORTÂNCIA – SONIA PURNELL

A vida cinematográfica da maior espiã da Segunda Guerra Mundial Em 1942, a Gestapo, polícia secreta nazista, enviou uma mensagem urgente: “Ela é a mais perigosa de todos os espiões aliados. Devemos encontrá-la e destruí-la.” O alvo era Virginia Hall, uma socialite americana que se transformou em espiã do Ministério da Guerra britânico e, posteriormente, dos Estados Unidos.
Chamada pelos alemães de “a dama que manca”, Virginia, que possuía uma prótese de madeira na perna esquerda, nunca foi capturada por eles. Para enganá-los, usava maquiagem, peruca e outros subterfúgios tipicamente femininos.
Uma mulher sem importância conta a história dessa que foi a mulher civil mais condecorada no final da Segunda Guerra Mundial. E com a razão: ela treinou células de resistência que realizaram sabotagem de guerrilha como explodir pontes e até mesmo descarrilar um trem de carga. Hall também ajudou a preparar o terreno para que as forças aliadas invadissem a Normandia e a Provença. Segundo estimativas, ela e sua equipe capturaram quinhentos oficiais alemães e mataram outros 150. Além de ter estabelecido uma vasta rede de espionagem em toda a França, Virginia Hall também convenceu oficiais britânicos e militares a enviar outras mulheres como espiãs durante a guerra. Até hoje, a CIA usa táticas de espionagem desenvolvidas por ela.

4. VENHA, SEJA MINHA LUZ – MADRE TERESA DE CALCUTÁ

Este livro revelador é, antes de mais nada, um profundo mergulho na alma de uma das mulheres mais importantes de nossa era. Apresentando-nos as cartas e anotações íntimas que Madre Teresa de Calcutá enviou a seus diretores espirituais e conselheiros, suas páginas expõem detalhes impressionantes e muito pouco conhecidos desta santa que dedicou sua vida inteira aos pobres e necessitados: seus diálogos milagrosos com Jesus, um voto privado que mudou sua vida por completo, sua angustiante aridez espiritual e, sobretudo, sua inflexível vontade de agradar a Deus.

Anjeze Gonxhe Bojaxhiu nasceu na Macedônia, sendo um símbolo de caridade até hoje e canonizada pela igreja católica. Com 18 anos já era missionária na Irlanda e perto dos 40, criou uma organização para ajudar pobres e necessitados em Calcutá, ganhando o Prêmio Nobel da Paz em 1979.

A seu modo, essas pessoas viram diversas mudanças no curso do mundo e contribuíram para tudo o que somos hoje com seu conhecimento e fé na humanidade. Os convido a ler qualquer um desses livros! Tenho certeza de que as histórias irão te inspirar muito!