Um por todos, e todos por um! Alexandre Dumas e o maior romance histórico de todos os tempos

“Como eu escapei? Com dificuldade… Como preparei esse momento? Com prazer!”

Sem dúvida você já ouviu o lema: “Um por todos, e todos por um!”. Mas saberia dizer de onde ele veio? A maioria das pessoas conseguem pensar na obra e nos personagens sem problemas, afinal, foram retratados em diversos filmes, livros e animações, mas você saberia dizer algo sobre o autor desse clichê da literatura?


Um dos romancistas mais famosos do século XIX


Alexandre Dumas é um dos escritores franceses mais importantes da literatura romântica. Nascido em Villers-Cotterêts, Aisne, em 1802, criou obras muito importantes e estudadas até hoje. Dumas obteve grande reputação como dramaturgo e novelista histórico, principalmente por suas obras O conde de Monte Cristo e Os três mosqueteiros.
O pai de Alexandre, chamado Thomas-Alexandre Davy de La Pailleterie, um escravo negro de Santo Domingo, foi um soldado que adotou o sobrenome Dumas em 1786. Esse escravo logo se tornou um general no exército de Napoleão. Infelizmente, com a morte do pai, a família passou por uma fase difícil e o jovem Alexandre Dumas se muda para Paris a fim de fazer a vida como advogado, chegando a conseguir um posto na casa do Duque d’Orléans, futuro rei Luiz Felipe, mas desejou tentar a sorte no teatro, sua verdadeira paixão


Suas peças receberam ajuda de grandes atores e escritores que se tornariam os líderes do movimento romântico. Apesar do sucesso de suas peças sobre grandes nomes da história, ele voltou sua atenção ao romance histórico, buscando criar uma história excitante, cujo plano de fundo fosse um momento importante da história, geralmente entre os séculos XVI e XVII.

Com o sucesso e a extravagância, ele precisava escrever cada vez mais rápido a fim de pagar seus credores e tentou a sorte como jornalista, com pouco sucesso. Apesar de pouca sorte como jornalista, Dumas foi um dos poucos escritores negros realmente influentes em sua época.

O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes.

Seu trabalho mais conhecido foi, sem dúvida, Os três mosqueteiros. Na obra temos como protagonista o jovem D’Artagnan, de vinte anos, que deseja se tornar um mosqueteiro do rei Luís XIII. Em sua jornada, ele conhece Athos, Porthos e Aramis, mosqueteiros muito admirados por ele.

Em sua jornada, eles precisam lidar com as conspirações do Cardeal Richelieu, que fomenta a guerra entre França e Inglaterra por sua inimizade com o duque de Buckingham. Ele é ajudado por Milady de Winter, uma assassina com um símbolo de traidora. Ela acaba se casando com Athos, que de nada sabe e a conhece apenas pelo nome real, Anne de Bueil. Anne é uma personagem de grande inteligência e sensualidade e usa isso a seu favor tanto para conseguir títulos, quanto para conseguir perdão e uma nova vida.

Os três mosqueteiros parece ser a obra que deu origem a tudo o que fez sucesso em filmes de ação posteriormente: explosões, paixões avassaladoras, tramas e batalhas contra os vilões, lutar de espadas e muita adrenalina. Talvez essa combinação seja o que lhe rendeu tanto sucesso na época também. Seu livro foi muito reinventado e encenado em diversas séries. No episódio sobre vingança de Os Simpsons, Homer interpreta a releitura de Edmond Dantés e perde sua família a fim de conseguir sua vingança. Em Tom e Jerry, diversos episódios representam os protagonistas como mosqueteiros do rei. Além disso, o livro pode ser considerado um romance histórico porque, de fato, os personagens existiram na época em que são citados. Será que a história foi mesmo inventada?

“Estranho destino que leva os homens a destruírem-se uns aos outros por interesses de pessoas que lhes são estranhas e que na maior parte das vezes nem lhe sabem da existência.”

Citando a análise crítica do livro no enotes.com:

“Dumas, um dos escritores mais bem-sucedidos de todos os tempos, teve muita influência sobre outros novelistas durante décadas. Ele era genial criando tramas e entendia que o elemento mais importante em uma trama era um protagonista extremamente motivado, que não para até que ele ou ela tenha alcançado seu objetivo ou morra tentando. Richelieu é o protagonista em Os três mosqueteiros e a rainha da França é sua antagonista. D’Artagnan e seus amigos são personagens importantes no romance, mas de menor importância no contexto histórico das complicadas situações políticas, militares e religiosas que envolveram a Europa em um banho de sangue e destruição durante a Guerra dos Trinta Anos. No romance, Richelieu tenta diminuir a influência da rainha Ana sobre seu marido, o rei Luís XIII, porque ela é membro da poderosa família Habsburg, que governa tanto a Áustria quanto a Espanha, ambos grandes inimigos de Richelieu.”

Em seus romances mais famosos, Dumas repetidamente aborda temas como honra, amor e vingança. Seu amor fala de devoção e platonismo, enquanto a falta de perdão parece ser outro extremo, que equilibra os sentimentos dos homens descritos em sua literatura. São sentimentos inerentes e primitivos dos seres humanos e, talvez, seja o motivo pelo qual ele os aborda de maneira quase divina. Afinal, o que somos realmente se não respeitamos nossa natureza? Não apenas isso, mas ele também escreve sobre a importância de lutar contra nossos vícios. Podemos ver esse conceito no tempo perdido por Dantés a fim de arquitetar sua vingança, perdendo o crescimento de seu filho e se mantendo distante do amor de sua vida.

Como um grande influenciador do gênero até hoje, cujos romances foram interpretados por grandes nomes do cinema atual como Leonardo di Caprio e Gerard Depardieu, Dumas ensina muito sobre como abordar sentimentos e criar uma trama bem fundada em suas obras. Ele parece sentir o que seus personagens sentem e essa é, com certeza, a parte mais importante quando se trata de sentimentos: empatia.

O que você tem a aprender com os personagens que criou?