Como um relógio de cabeceira “antiquado” melhorou minhas noites.
O assunto é o relógio, talvez também despertador, de cabeceira.
Acho muito interessante compartilhar esta minha experiência com um dispositivo tecnológico. Lembrando que sou muito conectado com tecnologia — faz parte tanto da minha profissão quanto dos meus gostos. Sempre fui um entusiasta tecnológico.
A necessidade
Com o passar do tempo, eu — e provavelmente todos — preciso acordar à noite para ir ao banheiro. Tudo escuro, uma luzinha, pelo menos, é necessária, e com muito cuidado para não perturbar quem divide a cama ou o quarto. Para isso, um dispositivo que uso faz tempo são aquelas luzinhas conectadas em uma tomada na parede, com sensores de presença e de falta de luz, que acendem um LED fraco quando está escuro e o sensor detecta movimento. Ajuda bem a evitar o escuro total e ilumina o suficiente para encontrarmos o caminho seguro, sem obstáculos.
Ultimamente, com o sono mais difícil e mais interrupções, senti a necessidade de consultar o horário ao acordar. Aí é que complicou. Eu não uso relógio de pulso em casa; me incomoda e não sinto necessidade. Mesmo fora de casa, existem tantas possibilidades de consultar o horário que o relógio de pulso fica mais como enfeite ou velho hábito. Assim, fica bem conveniente ter o celular ao lado da cama e, ao abrir os olhos, é só puxá-lo, dar uma iluminadinha rápida com cuidado para não atrapalhar e consultar o horário. Nada mais atual em termos tecnológicos, com a vantagem extra de uso dos aplicativos de despertador, que permitem vários horários e várias combinações dentro do dia e da semana.
A armadilha do celular
Após um tempo nessa rotina, percebi que, ao pegar o celular para consultar o horário, a curiosidade me levava a dar uma olhadinha nos últimos WhatsApp, nos últimos e-mails, nas últimas notícias, talvez nas redes sociais. “Olhadinha” que ia longe, junto com o sono. Voltar a tentar dormir muitos minutos mais tarde significava menos horas de sono reparador.
A busca pela solução ideal
Precisava de outra solução para apenas checar o horário, sem outras distrações.
Então me lembrei de tecnologias passadas, começando pelo bem antigo relógio despertador. Não, este não… Nem sei se ainda é possível encontrar um. Pode ter o barulhinho do “tic-tac”. Então, o estágio seguinte: o rádio-relógio. Sim, pode funcionar, mas não preciso investir tanto, já que rádio não é necessário.
Pesquisando nos sites de comércio eletrônico, vi que existem relógios digitais bem baratinhos. Têm alarme, mas aí prefiro o do celular, que é muito mais conveniente. Comprei um desses relógios/alarme — até o de menor preço, afinal, só precisava da marcação do horário. Após algumas noites, percebi que faltava a possibilidade de iluminar o mostrador. Não resolveu.
Voltando à pesquisa, o próximo escolhido, apenas um pouquinho mais caro que o anterior, foi um relógio despertador com um botão superior que ilumina o mostrador. Ótimo! Este vai resolver. Como um passo tecnológico a mais, indica também a temperatura.
Instalei, o botão iluminador funciona, a luzinha não atrapalha… Ótimo! Depois de alguns dias, fiquei imaginando quanto tempo as três pilhas iriam durar. Vou ter que providenciar estoque de pilhas, além de que não preciso saber a temperatura interna do quarto. A temperatura de fora seria mais interessante.
Daí veio a necessidade de um passo atrás na tecnologia, e descobri modelos mais antigos dessa função relógio/despertador, com aqueles mostradores de luzinhas vermelhas — os primeiros digitais — que não apagam e são conectados na tomada da parede, sem uso de pilhas.
Lição apreendida
Pronto! Não é a última tecnologia, talvez a antepenúltima, mas é a que melhor atende. Não usa pilhas, não preciso pressionar botão para acender a luz, e a iluminação não atrapalha o escuro do quarto — até ajuda na hora das levantadas.
O celular ainda fica ao lado da cama, porque, como despertador, para mim é a melhor solução, mas para ver o horário é com o reloginho sempre iluminado.
Os avanços tecnológicos são muito importantes, facilitam nossas vidas, e temos que ficar sempre atentos ao estado da arte. De vez em quando, podem ser incluídas novidades aparentemente interessantes, mas que não contribuem na prática.
Às vezes, o verdadeiro avanço está em reconhecer quando uma solução mais simples e focada pode ser superior a uma mais moderna e multifuncional.