No cenário editorial brasileiro, é sempre um prazer quando recebemos iniciativas que transcendem o comum, especialmente quando são frutos de jovens mentes criativas. O projeto “Sinapse Aflita”, criado por um grupo de talentosas alunas, é um exemplo notável desse fenômeno. Como editor da PoloBooks, posso afirmar que obras como esta não apenas engrandecem o cenário literário, mas também demonstram a capacidade das novas gerações em abordar temas complexos com maturidade e originalidade.
A escolha do gênero conto, já por si só, é digna de destaque. Em tempos em que as narrativas extensas ou superficiais dominam o mercado, as autoras optaram por um formato que exige concisão, precisão e um domínio muito particular da linguagem. O conto é uma forma de arte que permite ao leitor mergulhar profundamente em cenários, sensações e emoções, em poucas páginas, e “Sinapse Aflita” faz isso de maneira impressionante, ao explorar o universo do terror psicológico com nuances filosóficas e existenciais.
Além disso, o próprio conceito por trás do título — “Sinapse Aflita” — revela um pensamento refinado, uma preocupação com o funcionamento da mente humana e as angústias que nela habitam. Ao conectar as narrativas por meio de um enigma de terror psicológico, as autoras não apenas demonstram domínio da linguagem literária, mas também criam uma experiência interativa para o leitor, algo inovador em um contexto tradicional de contos.
A Editora PoloBooks, com sua vasta experiência em publicações acadêmicas e literárias, tem orgulho de apoiar jovens autoras que, além do talento inato, trazem consigo o frescor da inovação e o desejo de explorar novos horizontes na literatura brasileira. Este projeto merece todos os aplausos e servirá, sem dúvidas, como inspiração para outras mentes criativas.
Vou entrevistar as autoras de “Sinapse Aflita”, Clara Santos Barroso, Isabella Haru Augusto Aiso, Sophie Nakamura Castro, Julia Guterres, Nayra Falopa Ayres, Melissa Bohomol e Larissa Miyuki Iga Arakaki. “Sinapse Aflita” é um projeto literário de terror psicológico inovador. Elas são estudantes do Ensino Médio Técnico Integrado em Multimídia do Senac São Bernardo do Campo.
Ivo Donayre: Hoje tenho o prazer de conversar com as jovens e talentosas autoras de “Sinapse Aflita”, uma coletânea de contos de terror psicológico e sobrenatural. Para começar, de onde surgiu a ideia de criar um livro de contos de terror?
Clara Santos Barroso: A ideia surgiu em fevereiro de 2024, como parte de um projeto incentivado pela nossa escola, que nos pediu para criar algo inovador dentro do tema “Propostas empreendedoras ou múltiplas formas de expressão”. Todas nós já éramos fascinadas por terror, então o tema surgiu naturalmente.
Ivo Donayre: E como vocês decidiram explorar o conceito das fobias de forma tão singular no livro?
Isabella Haru Augusto Aiso: Nós passamos um bom tempo pesquisando sobre o cérebro, os neurônios e os medos humanos. Foi assim que chegamos ao conceito de “Sinapse Aflita”. O nome combina a ideia das sinapses — que são as conexões entre os neurônios — com o termo “aflita”, que expressa angústia e tormento. Achamos que essa combinação reflete perfeitamente o que queríamos explorar no livro: como o medo atua no cérebro e as emoções que isso desencadeia.
Ivo Donayre: Como o nome “Sinapse Aflita” se tornou parte da identidade do projeto?
Sophie Nakamura Castro: No começo, nem todas nós estávamos completamente convencidas do nome. Mas à medida que avançávamos no projeto, ele começou a fazer sentido. Agora, nos identificamos tanto com ele que até os professores nos chamam de “aflitas” ou “sinapsers”. É algo que realmente se tornou parte da nossa essência.
Ivo Donayre: O livro traz 12 contos interligados, certo? Como foi o processo de conectar essas histórias em um mesmo universo?
Julia Guterres: Exatamente! Queríamos criar algo diferente e inovador, por isso decidimos adicionar um enigma de A.R.G. (Alternative Reality Game) que liga todos os contos. Isso permite ao leitor uma experiência imersiva, quase como um jogo, onde ele pode descobrir pistas e detalhes escondidos em cada conto.
Ivo Donayre: Além disso, vocês também optaram por incluir ilustrações no livro. Como foi a escolha dessa estética visual?
Julia Guterres: Eu fiquei responsável pelas ilustrações, e decidimos usar uma paleta monocromática, com vermelho vibrante para evocar sensações de medo e alerta. O vermelho remete ao sangue, algo bem característico do universo do terror. Cada conto terá pelo menos duas ilustrações, para aprofundar ainda mais a experiência do leitor.
Ivo Donayre: Vocês mencionaram que o objetivo é levar o livro para além do ambiente escolar. O que esperam alcançar com esse projeto?
Nayra Falopa Ayres: Sim, nossa maior ambição é ver “Sinapse Aflita” ganhar visibilidade fora da escola. Sonhamos em ver nosso livro em livrarias, pessoas discutindo teorias sobre os contos, e quem sabe até um dia inspirando outras obras. Mesmo que pareça um sonho distante, estamos muito orgulhosas do que conseguimos criar juntas.
Ivo Donayre: Vocês são um grupo de sete amigas que decidiram embarcar nesse projeto juntas. Como foi a experiência de trabalhar em grupo?
Melissa Bohomol: Foi muito gratificante! Passamos várias madrugadas trabalhando, e tínhamos um dia da semana dedicado ao projeto. Apesar das dificuldades, conseguimos manter o foco e finalizar o livro. Hoje, estamos mais unidas do que nunca, e isso é algo que vamos levar para a vida toda.
Ivo Donayre: Para encerrar, como vocês esperam que o público receba “Sinapse Aflita”?
Larissa Miyuki Iga Arakaki: Esperamos que o livro não apenas divirta os fãs de terror, mas que também provoque reflexões sobre as fobias humanas. Cada leitor terá a oportunidade de interpretar as histórias de uma forma diferente, e isso é o que mais nos fascina. Queremos que o livro cause impacto, não só pelo medo, mas pela introspecção que ele pode gerar.
Ivo Donayre: Muito obrigado pela conversa! Tenho certeza de que “Sinapse Aflita” será um sucesso.
Como psicanalista, ao ouvir sobre a construção do livro ‘Sinapse Aflita’, não pude deixar de refletir sobre o papel do inconsciente na criação dessas narrativas. Freud nos ensinou que o medo é muitas vezes uma expressão de desejos reprimidos ou de angústias que não podemos controlar conscientemente. O fato de o livro explorar as fobias humanas de forma tão rica e profunda nos lembra que o horror não está apenas nos elementos externos, mas também naquilo que evitamos confrontar dentro de nós. As ilustrações em vermelho vibrante, evocando o sangue ou “outro contéudo recalcado” também dialogam diretamente com essa ideia freudiana de que o medo e o desejo estão intrinsecamente ligados. Eu vejo esse projeto como um espelho do que muitos de nós carregamos no inconsciente, e acredito que, ao mergulhar nessas histórias, o leitor encontrará muito mais do que sustos, mas também uma oportunidade de introspecção.
Fico curioso para ver como ‘Sinapse Aflita’ impactará seus leitores e suas interpretações pessoais dessas fobias tão humanas. Parabéns pelo trabalho! Sou Henrique Pinheiro, psicanalista e autor de ‘O Caminho de Zara’, e estou muito impressionado com o que vocês criaram.”
@henriquepinheiropsicanalista
Muito obrigada pela sua análise e comentário! Estamos muito contentes com o andamento do nosso livro e ver esse apoio nos incentiva cada vez mais!
Uma análise mais técnica, como a sua, nos faz pensar cada vez mais no que o “Sinapse Aflita” pode alcançar. Agradecemos pelas palavras!
Queridas autoras de Sinapse Aflita,
Gostaria de parabenizá-las pelo brilhante trabalho que realizaram. Vocês representam muito mais do que talento literário — são um símbolo de resistência e reempoderamento em uma sociedade que atualmente insiste em subestimar o potencial dos jovens. Em um mundo onde tantos adolescentes enfrentam desafios como o capacitismo, vocês se destacam como uma inspiração, mostrando que é possível reverter essa narrativa, recuperando o lugar que merecem.
A profundidade e inteligência dos textos que criaram demonstram não só a capacidade de explorar temas complexos, como também um refinamento filosófico e artístico. Sinapse Aflita é uma prova de que vocês não estão apenas criando histórias, mas também gerando reflexões profundas, abrindo portas para outros adolescentes que, assim como vocês, têm muito a dizer e conquistar.
Que esse talento se espalhe, que suas vozes ressoem, e que o sucesso almejado seja apenas o começo de uma jornada incrível na literatura. Continuem explorando, inovando e, acima de tudo, acreditando no poder que vocês têm de transformar a realidade com suas palavras.
Parabéns a todas! Que a trajetória de vocês seja tão grandiosa quanto o impacto que causam com Sinapse Aflita.
Com admiração e apoio,
Nani Paiva
Nós estamos muito contes com o desenvolvimento do nosso processo de criação!
É importante mostrar que podemos sim fazer coisas incríveis, inspirar outras pessoas e acima de tudo, mostrar que são capazes quando se trata de esforço!
Muito obrigada pelo seu comentário, vamos continuar nos esforçando para trazer o melhor de nós sempre!
Esse texto é de deixar o coração quentinho! muito obrigada pelas belas palavras. agradecemos muito!
Um tema intrigante com contos surpreendentes! São jovens talentosas e dedicadas. Certeza de sucesso! Excelente entrevista!
muito obrigada pelo carinho, Eliana!
Muito obrigada pelo incentivo, nos ajuda muito!
É um prazer imenso ver o projeto acontecer, agradecemos muito ao Ivo por dar essa oportunidade para o projeto!!
Esta sendo um prazer poder ajudar o grupo para continuar com o projeto e que seja o primeiro de outros e que vocês inspirei outros jovens a ter iniciativa e a fazer esforço, trabalhar duro, que tudo venha a se realizar de acordo como vocês planejaram. Contem comigo!
Nós estamos muito contentes e agradecidas pelo reconhecimento que nossa equipe e livro está recebendo! Ivo, muito obrigada pelo apoio e incentivo!
Larissa, estou muito admirado com a iniciativa do Grupo e admirado pelo conteúdo que estão desenvolvendo. Quero que sigam adiante.
Meu caro Ivo, parabenizo pelo texto, sendo uma análise muito bem construída que destaca a originalidade e a maturidade do projeto “Sinapse Aflita”. A valorização do uso do gênero conto como uma escolha ousada, especialmente em um cenário dominado por narrativas mais extensas ou superficiais. A abordagem no terror psicológico com nuances filosóficas e existenciais enriquece o projeto, assim como o uso de um enigma interativo que conecta as histórias. A entrevista revela que as autoras se dedicam muito ao projeto, criam juntas e desejam estender o projeto para além da escola, demonstrando que a obra é inovadora. Belo conteúdo.
Me interessa os assuntos da procura dos significados que estão ocultos dentro da nossa mente. E quero ajudar jovens a seguir caminho da cultura.
Bom dia eu também tenho interesse de participar do grupo.
@ilsontavares
Concordo Ilson, a projeto delas parece muito interessante.
Um exemplo de iniciativa que pode influenciar de modo positivo um debate importante na sociedade. Parabéns à equipe. Sejam transformadoras. Beijocas,
Quero que também cheguem meus parabens àao Grupo.
Muito sucesso e vitorias. 🤞🏻
Parabéns meninas 👏🏻
Parabens a elas, ao grupo.
O projeto das “aflitas” é lindo! Um trabalho incrível, feito com muito carinho e dedicação. Vocês, meninas, são demais! Um orgulho para todos nós, professores. Arrasaram! O céu é o limite, voem alto!
Parabéns.
Muito orbiagda, Thami! A apoio que vocês, como docentes, dão para nós é muito importante 😀 Nós, “aflitas”, te amamos <3
Estamos muito felizes pelo reconhecimento que estamos recebendo!! Meus sinceros agradecimentos ao querido Ivo. ♡
Foi um imenso prazer participar dessa entrevista e ver que nosso livro está tendo reconhecimento! Muito obrigada pelo apoio, Ivo, isso tudo é de grande importância para nós! 💕
O projeto está incrível!! Muito bem produzido e desenvolvido!
Estamos extremamente gratas pelo rumo no qual o Sinapse Aflita está indo em tão pouco tempo!
Estamos muito felizes em participar! muito obrigada pelo apoio, Ivo.