Santo Agostinho uma vez disse: “ter fé é acreditar naquilo que você não vê; a recompensa por essa fé é ver aquilo em que você acredita”. Desde que o mundo é mundo e fenômenos inexplicáveis aos humanos começaram a acontecer, as crenças fazem parte de nossa vida cotidiana, assim como a fé citada por esse Santo e escritor tão famoso. Antes de haver meteorologia, trovões eram um sinal de que os deuses estavam zangados conosco. Se pessoas misteriosas visitassem um local e trouxessem prosperidade em qualquer aspecto, provavelmente era um deus disfarçado. A criação do mundo? Cada religião tem sua própria explicação para isso!
Quando aprendemos sobre fé e diferentes doutrinas, recomeçamos do zero. Apesar de todas as religiões terem algo em comum, suas crenças, práticas e histórias diferem muito de cultura para cultura. Enquanto, para os egípcios, gatos eram animais sagrados e Bastet (a deusa com cabeça da gato que protegia as grávidas e trazia harmonia) era uma das principais deusas do panteão, para os católicos, os mesmos animais eram ligados à bruxaria e heresia e vários foram exterminados durante a idade média. Da mesma maneira, os católicos acreditam que podemos chegar a Deus através da humildade e bons serviços, enquanto os nórdicos acreditavam que se sentariam à mesa de Odin matando seus inimigos e morrendo honrosamente em batalha. Essas peculiaridades refletem muito a história de um povo e como eles entendem o mundo e buscam sentido na vida. Por isso, a literatura que envolve essas religiões é tão rica e diversificada e fizemos esse post apenas para exaltá-las!
A literatura religiosa pode ser compreendida como toda literatura focada em uma fé, religião ou espiritualidade. Acima da religião, a espiritualidade é nossa maior conexão com o outro mundo. É como sentimos, entendemos e aceitamos a pós-vida e o que acreditamos existir do outro lado. Por isso, romances que falam de reencarnação e vidas passadas podem ser considerados religiosos. Um bom exemplo é o clássico Drácula, onde vemos o reencontro do conde mais famoso dos livros vampíricos com sua amada há muito perdida e agora reencarnada em Mina Harker, esposa de Jonathan Harker (reencontro este que, também, rendeu uma das frases clássicas do cinema: eu cruzei oceanos de tempo para te encontrar). Além desse reencontro, também descobrimos que a maldição vampírica foi imposta ao conde após renegar a Deus e jurar beber sangue pela traição de perder sua amada enquanto protegia a igreja como um templário.
Ao falarmos de literatura religiosa, é impossível não citar alguns nomes muito conhecidos no Brasil. O primeiro é, sem dúvida, o escritor e psicógrafo espírita Francisco Xavier, ou Chico Xavier. Esse médium brasileiro foi um dos mais importantes de todo o mundo e escreveu mais de 400 obras psicografadas, ditadas por seu guia espiritual e espíritos de luz para que ele escrevesse. É um importante nome na divulgação do espiritismo kardecista e seus livros foram traduzidos em mais de 100 idiomas.
A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos…
Tudo bem!
O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum…
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.
Outro nome muito importante da literatura religiosa é o professor universitário e teólogo irlandês, C. S. Lewis, autor de O problema do sofrimento e Cristianismo puro e simples. Lewis fala em suas obras sobre o que chama de lei natural, que fala dos princípios do que é certo e errado para todo ser humano e do conhecimento quase intuitivo de quando violamos essas regras.
A ideia principal dos livros religiosos, sejam eles informativos ou romances, é nos informar sobre um sistema de crenças e como as pessoas que fazem parte desse sistema vivem e acreditam que devemos viver. Em cada crença existem diferentes autores exaltados por seus pensamentos. La Vey, Aleister Crowley, Padre Fábio de Mello, Dalai Lama, Gandhi, todos foram muito importantes para disseminar sua fé e atrair mais pessoas para as comunidades das quais fazem parte.
Na livraria PoloBooks temos vários livros que têm cunho religioso, inclusive uma série de livros que tratam de como a atitude religiosa pode salvar um casamento. Se é um assunto do seu interesse, vai o link no fim do post. Em um próximo artigo, falaremos sobre os livros mais famosos já escritos como introdução à novas crenças.