Como os livros tornam a vida melhor. Verdade ou ilusão de quem sempre tem um livro por perto?
Quando pensamos em escrever este artigo, como bons amantes dos livros, já tínhamos a resposta na ponta da língua, ou melhor, na ponta da caneta. Parece óbvio para nós que ler livros é sempre uma boa ideia, e que contribui para nosso bem estar e para melhorar a nossa vida. Mas seria essa afirmação uma realidade comprovada? Haveria alguma forma de saber se a vida dos leitores ávidos de livros é realmente melhor em algum aspecto, ou em vários deles, do que a das pessoas que não tem o hábito de ler?
É sabido e devidamente provado e documentado que o hábito de ler é fonte de muitos benefícios em todas as etapas da vida.
Em 2016, a Universidade de Roma III publicou um amplo estudo feito com 1.100 pessoas. Neste estudo os investigadores aplicaram vários índices de medição de felicidade e escalas que registram o grau de satisfação com a vida aos alunos e funcionários da universidade. E ao cabo do mesmo chegaram à conclusão de que a leitura nos faz mais felizes e nos ajuda a enfrentar melhor a existência. Os leitores tem um grau maior de satisfação e contentamento do que os que não tem o hábito de ler. E em geral são menos agressivos e mais otimistas.
Muitos outros estudos científicos procuraram entender e comprovar os efeitos da leitura no cérebro e na saúde física e mental das pessoas. Eis algumas conclusões:
Segundo um grupo de neurocientistas da Universidade de Emory, em Atlanta, ler bons livros reduz o estresse, aumenta a inteligência emocional, o desenvolvimento psicossocial, o autoconhecimento, a empatia e a sensação de bem-estar. Ponto para nossa intuição de que ler livros é sempre bom.
O professor Keith Oatley, da cadeira de Psicologia Cognitiva da Universidade de Toronto, assevera que a leitura pode inclusive modificar comportamentos. Como isso aconteceria? Pela identificação com os protagonistas da obra em questão. E aí podemos passar horas dissertando sobre a lição de perdão e redenção de “Os miseráveis”, de Vitor Hugo, por exemplo.
A Universidade de Oxford, do Reino Unido, conduziu muitos estudos sobre o resultado do efeito da leitura por prazer, e os cientistas concluíram que os hábitos de leitura podem predizer o sucesso profissional. Tanto assim é, que todos os especialistas em sucesso e em ensinar felicidade recomendam a leitura frequente de bons livros.
Alguns outros benefícios do hábito da leitura são:
• Melhora o vocabulário. Esse é um dos efeitos mais conhecidos do hábito de ler. Quanto mais lemos, mais palavras conhecemos, e é mais fácil evocar novas palavras que enriquecem nossa fala e escrita.
• Aumenta nosso conhecimento do mundo e cultura em geral. Não importa se o que lemos é uma crônica, uma biografia, uma novela ou uma peça de ficção. Os livros ainda são a principal fonte de conhecimento no mundo.
• Melhora a nossa ortografia. Ler nos ajuda a escrever melhor, é muito mais fácil e mais útil que tentar memorizar todas as regras ortográficas. Quanto mais vezes vemos uma palavra escrita, mais facilmente vamos nos lembrar de como se escreve.
• Fazemos uma pausa. Na vida corrida que muitos levamos, uma pausa para ler é uma maravilha. Preparar um chá ou um café, procurar o nosso canto preferido, e nos sentarmos tranquilamente para ler, ainda que seja por meia hora, baixa a pressão arterial, diminui os batimentos cardíacos, e regula os hormônios do bem-estar. Simplesmente ficamos mais relaxados, entusiasmados, ou até determinados.
• Podemos melhorar nosso pensamento crítico. Quanto mais lemos, somos mais expostos a situações diferentes, ainda que na ficção. Os personagens tem seus próprios conflitos, ideias e soluções para as problemáticas da vida. Isso nos permite ver com distancia emocional ótima, diferentes formas de pensar e de encarar a vida e o mundo.
• A imaginação corre solta. Uma história bem contada, e até uma boa biografia, um relato de viagem, um conto, nos levam a lugares e situações diferentes, que só podemos imaginar, pois por muito que as descrevam os autores, os detalhes são preenchidos pela imaginação, e cada leitor imagina de forma diferente.
Para finalizar, Maryanne Wolf, neurocientista da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, assegura que seus estudos e os de muitos colegas seus corroboram que o cérebro de alguma maneira “pede” a parte física da leitura. Tocar o papel, cheirá-lo, virar as páginas, ver como nossa marca vai sendo deixada à medida que avança a leitura do livro, é parte importante da experiência da leitura.
E você? De que maneira acha que os livros enriquecem e melhoram a sua vida? Ficaremos felizes em ler os seus comentários.
Graciela Botella
Equipe de redação da PoloBlog
Fontes:
Rodríguez, Emma (22/01/2016), “El País”
https://elpais.com/elpais/2016/01/22/eps/1453483676_726569.html
Blog Comunidad Baratz, (25/09/2017)
https://www.comunidadbaratz.com/blog/20-razones-por-las-que-la-lectura-es-importante-para-nuestras-vidas/
Wolf, Maryanne. Cómo aprendemos a leer: historia y ciencia del cerebro y la lectura (Proust and the Squid, 2007). Barcelona: Ediciones B, 2008; 335 pp.; trad. de Martín Rodríguez-Courel; ISBN: 978–84–666–3835–7.
Aranjuez, Miguel Ángel (28/11/2005) Mejora tu vida leyendo buenos libros. Periódico 3 News, pp 12-13, Boca Ratón, FL.
Definitivamente, um livro é como um HD externo que está ligado ao nosso ser, digo ser, porque não é a nossa consciência. A consciência é apenas o foco que alumbra as idéias, pensamentos, sentimentos e conhecimentos, sem ter que passar pela peneira do ego do escritor. Ele não está tentando me convencer de nada, apenas tente deixar suas ideias o mais claras possível. Outra coisa boa sobre os livros é que eu posso ler várias vezes, cada vez que faço isso, novas sinapses são criadas em meu cérebro e eu encontro novas idéias e novas descobertas que em uma única leitura não poderiam ter sido feitas. Quando uma pessoa tem magia, ela aparece em seus livros.