O que são livros para você?
Cada fã de literatura tem uma concepção diferente do livro ideal: uma fuga da realidade; uma história cheia de mágia, príncipes, princesas e criaturas míticas; a superação de um grande desafio ou problema que amadurece e fortalece o protagonista; dicas para organizar a própria vida de forma eficiente; mitos de civilizações antigas; dicas sobre o futuro; etc.
Em épocas difíceis como a que enfrentamos agora, os livros podem ser acalento e professores. Enquanto muitos estão entediados porque não podem fazer o que costumavam fazer antes, sair com os amigos ou viajar, outros passam por situações inimagináveis com a família. São problemas mal resolvidos, questões psicológicas e até mesmo financeiras que transformam o ambiente em uma zona de guerra. Nem todos são ensinados a viver em família e, muitas vezes, o individualismo fala mais alto e o convívio com outras pessoas se torna infernal.
Talvez esse seja um dos motivos pelos quais livros de autoajuda tem estado entre os mais vendidos desde o final de 2019. Livros antiestresse, como Destrua esse Diário e O Jardim Encantado foram best-sellers por muito tempo. Agora, vemos livros como Pai rico, filho rico e A sutil arte de ligar o f*da-se dominando as listas do Publishnews e os espaços em livrarias físicas e virtuais.
“Nossa crise não é mais natural; é existencial, espiritual. Temos tanta tralha e tantas oportunidades que nem sabemos mais o que realmente importa.”
Assim, não apenas os livros que focam na autoajuda e empreendedorismo pessoal, mas também os que promovem o bem-estar da família tem sido muito procurados para melhorar o convívio ou ajudar novos casais a criar e educar seus filhos. Vamos ver alguns?
AS CINCO LINGUAGENS DO AMOR – GARY CHAPMAN
As diferenças gritantes no jeito de ser e de agir de homens e mulheres já não são novidade há tempos. O que continua sendo um dilema é como fazer dar certo uma relação entre duas pessoas que às vezes parecem ter vindo de planetas distintos. Compreender essas diferenças é parte da solução e é nisso que Gary Chapman vai ajudar você. Com mais de 30 anos de experiência no aconselhamento de casais, ele percebeu que cada um de nós adota uma linguagem pela qual damos e recebemos amor. Quando o casal não entende corretamente a linguagem predominante de cada um, a comunicação é afetada, impedindo que se sintam amados, aceitos e valorizados.
Nesta terceira edição de sua clássica obra sobre relacionamentos, que já vendeu mais de 8 milhões de exemplares, Gary Chapman não só explica as cinco linguagens como apresenta um questionário para os maridos e outro para as esposas descobrirem a sua linguagem de amor. Além disso, uma seção especial de perguntas e respostas vai esclarecer todas as suas dúvidas e lhe dar o direcionamento sobre como expressar melhor seu amor a seu cônjuge e ajudará você a compreender a forma dele manifestar o amor. Gary Chapman identificou cinco formas através das quais as pessoas expressam e recebem as manifestações de amor: palavras de afirmação; tempo de qualidade; presentes; atos de serviço; toque físico. Aprendam, você e seu cônjuge, a se comunicar através dessas linguagens e experimentem como é ser realmente amado e compreendido.
EDUCAÇÃO NÃO-VIOLENTA – ELISAMA SANTOS
Como estimular autoestima, autonomia, autodisciplina e resiliência em você e nas crianças. A partir de sua experiência como consultora de comunicação não violenta (CNV) e comunicação consciente, educadora parental e mãe de duas crianças, Elisama Santos propõe uma conversa com pais e mães que desejam construir relações e aprendizados baseados no respeito e no diálogo – e querem estimular autoestima, autonomia, autodisciplina e resiliência em si mesmos e nos filhos. A ideia é que o processo de construção de conhecimento torna-se positivo quando ocorre por meio da empatia e reflexão crítica. Assim, a autora apresenta conceitos que podem ajudar pais e filhos a se aproximarem, conectando-se com os próprios sentimentos e comunicando-os ao outro de forma objetiva e respeitosa: a comunicação não violenta, de Marshall Rosenberg; a atenção plena (mindfulness), do zen-budismo; a disciplina positiva, de Jane Nelsen; e a inteligência emocional, de Daniel Goleman.
Educação não violenta é uma alternativa à cultura autoritária que justifica o uso da violência e da repressão como método educativo. Aqui buscam-se caminhos para uma educação mais solidária e compreensiva, acreditando ser possível educar as crianças com consciência, para que as próximas gerações possam colher os frutos de um mundo mais amoroso e justo.
“Elisama Santos escreveu a antítese do livro de autoajuda fácil: deixa perguntas para serem respondidas pelas histórias humanas individuais, respeitando as subjetividades, que são o nosso maior tesouro.” – Alexandre Coimbra Amaral, psicólogo do programa Encontro com Fátima Bernardes, Educação não violenta é um presente para pais e filhos.
OLÍVIA TEM DOIS PAPAIS – MARCIA LEITE
Olívia é uma menina esperta, que sabe bem o que quer e tem plena noção de como usar algumas palavras para conseguir o que deseja. Quando tem de ficar sozinha enquanto os pais trabalham, ela diz que está muito “entediada”. Como não gosta de ver a filha “entediada”, papai Raul para imediatamente de trabalhar e, quando percebe, já está deitado no chão ao lado dela, brincando de filhinho e mamãe, ou cercado por um monte de bonecas. Para chamar a atenção de seu pai Luís, Olívia fala que está “desfalecendo”, afinal de contas, desfalecer de fome é uma coisa muito séria, e Luís é o melhor cozinheiro da família. “Intrigante” é outra palavra de que Olívia gosta muito, isso porque todas as coisas do mundo são muito intrigantes para ela. Olívia quer saber, por exemplo, como seu papai Raul sabe brincar de boneca e seu papai Luís cozinha tão bem. Quer saber também como vai aprender a usar maquiagem e sapatos de salto alto, se na casa dela não mora nenhuma mulher. A família da Olívia é um pouco diferente, e totalmente “encantadora”, outra palavra que ela adora usar.
Esses livros ensinam a comunicação entre família de uma maneira pouco abordada em nosso cotidiano e também na realidade brasileira, que não dá o devido valor às crianças e idosos. Com esses incríveis guias, podemos entender como nos comunicar efetivamente e criar um ambiente acolhedor em nossas casas.
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