narração em livros

 

A Escolha do

Narrador – 1

Neste artigo vamos ver as principais características do Narrador Protagonista, e nos próximos abordaremos outros tipos de narradores dos textos literários.

O “ponto de vista” determina qual é o narrador adequado

 

O ponto de vista é a perspectiva da qual uma narrativa é contada. Indica quem conta a história e como as informações são filtradas para o leitor.

O ponto de vista ajuda a estabelecer a narração da sua escrita, é o vínculo entre você e seus leitores. Se essa narrativa não for autêntica ou for inadequada, esse vínculo pode não ocorrer, e o leitor pode decidir fechar o livro e esquecê-lo, entre outras coisas.

Uma das primeiras perguntas que você precisa se fazer antes de começar a escrever sua história é: Que narrador ou narrador você usará ao longo do texto?

Ao escolher entre diferentes pontos de vista, há coisas a considerar. Como o ponto de vista escolhido ajuda sua história a se sentir fiel à vida e verdadeira? A primeira pessoa, por exemplo, pode se sentir confessional, como se estivesse ouvindo a história diretamente da fonte. A terceira pessoa pode parecer mais objetiva, embora em alguns casos também mais distante.

Se você ler o suficiente, perceberá que escolher um narrador ou outro muda totalmente a história. É por isso que faz sentido você considerar seriamente qual será o seu narrador será nesta obra.

A  perspectiva tem a ver com o ponto de vista em si. É por isso que é útil decidir se você quer contar a história:

    • desde fora, vendo tudo;
    • desde perto do protagonista para o futuro, vendo o que está prestes a acontecer;
    • para atrás, vendo as coisas que aconteceram no passado; desde o ponto de vista do protagonista, sabendo o que ele pensa e sente;
    • ou como se fosse um personagem próximo ao protagonista, que conta a história como testemunha.

    O tom tem mais a ver com o conhecimento do narrador, se é um tom “alto” o narrador sabe mais do que o protagonista e que o leitor.

    No tom “médio”, o narrador sabe a mesma coisa que o leitor. E no tom “baixo”, o narrador sabe menos do que o leitor sabe.

    O registro é a maneira de se expressar de acordo com as circunstâncias.  Você não fala da mesma maneira com um amigo que com seu chefe, ou sua mãe, ou com o reitor da escola. O registro da fala é marcado pelo nosso interlocutor, mas também pela nossa formação, experiência e cultura. Quero dizer, ao escolher o narrador você tem que usar um registro como se estivesse contando a história para o seu leitor, porque se você falar com erudição, em termos técnicos, ou usa termos que você está acostumado a falar com colegas pesquisadores de ciência, vai perder a maior parte dos seus possíveis leitores. Por isso, pense sempre neles quando o seu narrador estiver contando a história.

    Finalmente, você tem que ter cuidado com o que o narrador fala, não apenas como ele fala sobre isso.

    Um narrador que passa seu tempo explicando e tirando conclusões para o leitor é muito irritante. Deixe que o leitor tire as suas próprias conclusões.

     

    A escolha do narrador

    Narrador Protagonista – Primeira Pessoa

    O Narrador Protagonista é muito utilizado. É o tipo de narração de histórias “eu/eu/meu”.

    Um dos melhores aspectos da primeira pessoa é que você mergulha na mente do seu personagem principal. Como o protagonista conta a história, você pode mostrar ao leitor tudo o que o personagem pensa ou sente. Isso é ótimo para envolver seus leitores na história.

    A primeira pessoa também pode criar um forte senso de imediatismo, especialmente quando contada no tempo presente, porque é percebido como se o leitor estivesse lá com o protagonista, vivenciando cada momento. Com a narrativa no passado, a primeira pessoa tradicional pode criar um forte senso de plausibilidade, como se estivéssemos ouvindo a história de alguém que estava lá e a viveu. O personagem fala diretamente com o leitor, atuando como seu guia através da história. Isso aproxima os leitores e permite que eles entendam as motivações do personagem. À medida que os leitores passam tanto tempo na mente do protagonista, estabelece-se uma rápida relação com o narrador.

    Exemplos de histórias com Narrador Protagonista

     

    ,Exemplos de primeira pessoa tradicional são:

    • Jogos Vorazes, de Suzanne Collins
    • Grandes Esperanças, de Charles Dickens
    • As Aventuras de Huckleberry Finn, por Mark Twain

    Aqui está um trecho do livro Olá, eu sou coronavírus, de minha autoria, narrado em primeira pessoa, e cujo personagem principal não é um ser humano, mas o próprio coronavírus:

     “Eu estava descansando pacificamente no pulmão de um dos morcegos que me serviram como anfitrião nos últimos milhares de anos. Eu nunca precisei fazer muitas réplicas para reproduzir e passar por tantas gerações desses convidados, que também me levaram a muitos lugares na Terra. Nessas viagens conheci diferentes animais que também me serviram de lar por um período.

    Minha forma física não mudou muito em todo esse tempo, não só porque eu não precisava, porque eu sou um dos menores seres que existem, ao ponto de replicar milhares de vezes em uma única célula. Eu também continuo o mesmo porque tenho uma missão a cumprir, para a qual fui escolhido e pelo que esperei todo esse tempo, desde antes de mamíferos e aves se separarem em espécies diferentes. E eu decidi ficar em uma espécie que tinha algo dos dois, ou seja, que era mamífero e que voou, assim como morcegos. Mas não duvide que também sou capaz de mutar para preservar a mim mesmo e à minha missão.”

    https://www.livrariapolobooks.com.br/ola-eu-sou-coronavirus-e-tenho-uma-mensagem-para-voce?

    Em breve publicaremos a sequência deste artigo, sobre outros tipos de narradores nas obras literárias. Esperamos você!

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