Há experiências na vida que nos surpreendem pela simplicidade, mas que, ao mesmo tempo, carregam um simbolismo profundo. Quando minha esposa Fátima e eu decidimos deixar o carro na garagem e ir de Metrô para um evento na Avenida Paulista, não imaginávamos que essa decisão marcaria o início de uma nova fase em nossa vida de casados.
Mudamos muito recentemente para o Brooklin, um bairro charmoso e tranquilo da Zona Sul de São Paulo – faz alguns dias trocamos nossa casa do Alto da Boa Vista por este apartamento no Brooklin. Estou simplesmente amando esta nova moradia e a Fátima está muito contente — ela já morou aqui antes com os pais. Esta mudança trouxe consigo uma nova rotina, especialmente para Fátima, que agora vai a pé para a Clínica Donayre, uma clínica odontológica dela. O bairro tem uma superfície plana, é muito acolhedor e cheio de possibilidades de comércio, restaurantes, bares, supermercados, que descobrimos ser muito mais acessíveis a pé do que de carro. Esta nova forma de viver, mais urbana e conectada ao entorno e à cidade, começou a se refletir em todas as nossas decisões diárias.
Foi assim que, no sábado passado, 24/08/2024, decidimos algo que, para muitos, pode parecer corriqueiro, mas que para nós foi uma pequena revolução e também uma aventura: ir de Metrô para a Livraria Martins Fontes da Avenida Paulista para o lançamento, organizado pela editora PoloBooks, de um livro da atriz Marlene Fortuna.
Saímos do nosso apartamento e, em poucos minutos, 8 minutos, passamos pelo prédio onde Fátima trabalha. Caminhar por ali foi quase um ritual de reconhecimento, de se apropriar daquele pedaço da cidade que agora faz parte de nossa rotina. A caminhada até a estação Campo Belo do Metrô levou cerca de mais dez minutos, mas cada passo parecia carregar a leveza de uma nova descoberta.
Ao chegarmos à estação, nos deparamos com o primeiro desafio: comprar os bilhetes. Depois de anos dirigindo carros para todos os cantos, até mesmo a tarefa simples de adquirir uma passagem se revelou uma experiência um tanto confusa. Para minha surpresa, fui informado que, nos meus 70 anos, já não precisava mais pagar a passagem. Fátima, por sua vez, usou seu cartão para passar a catraca, um gesto simples que, naquele momento, parecia uma pequena conquista.
Nosso próximo desafio foi encontrar a rota certa até a Estação Brigadeiro, mas com um pouco de paciência e algumas perguntas, conseguimos nos orientar. Ao desembarcar na Brigadeiro, tivemos a agradável surpresa de perceber que estávamos a apenas 20 metros da Livraria Martins Fontes. A ironia é que, em outras circunstâncias, teríamos feito o mesmo trajeto de carro, enfrentando o trânsito e a dificuldade de estacionar e pagar caro pelo estacionamento. Desta vez, fomos de metrô, e o sentimento de satisfação era imenso.
O evento foi um sucesso, e a viagem de volta foi igualmente prazerosa, ainda que com um toque de aventura. Quando saímos da estação Campo Belo, vimos que estava pingando chuva, e o frio começava a se fazer sentir. Caminhamos de volta para o apartamento, sentindo as gotas de chuva como uma bênção que coroava aquele dia tão especial.
Mas a noite ainda nos reservava mais um momento de simplicidade e alegria. Depois de nos aquecermos com um agasalho, decidimos sair novamente, a pé, para comer uma pizza em uma pizzaria do bairro, a cerca de dez minutos de casa. Mesmo com a chuva fina persistindo, o prazer de caminhar lado a lado pelas ruas do Brooklin superava qualquer desconforto. A pizza foi deliciosa, e o retorno para casa, a pé e debaixo de chuva, foi o encerramento perfeito para um dia que ficará marcado em nossa memória.
Essa pequena aventura, de ir de metrô pela primeira vez em 25 anos de casados, foi muito mais do que uma simples escolha de transporte. Foi uma reafirmação de que, mesmo após tantos anos juntos, ainda somos capazes de nos surpreender, de descobrir novas formas de viver e de apreciar a simplicidade que muitas vezes está ao nosso redor, à espera de ser vivida. Para nós, foi um dia fantástico, cheio de pequenas conquistas e, acima de tudo, de uma enorme felicidade compartilhada.
Fiquei maravilhada com esta estória do metrô; principalmente com a capacidade de expressar em palavras cada momento vivido. Conseguindo retratar o momento numa imagem completa e a emoção tão pertinente, que parecia que estava indo junto na viagem de metrô. Parabéns!
Gostei bastante da forma simples de retratar algo que para alguns faz parte do cotidiano e entretanto para outros é algo relativamente novo. Eu amo a capacidade que nós temos de descobrir, aprender e apreciar coisas novas todos os dias. E São Paulo é para mim uma fonte de inspiração e motivação, sempre temos coisas novas a descobrir e aventuras novas a viver nesta cidade, mesmo que seja através dos relatos de pessoas como você.
Que crônica linda! A simplicidade de uma viagem de metrô se transforma em uma grande aventura e redescoberta do cotidiano. Adorei como vocês encontraram alegria nas pequenas coisas e fortaleceram a conexão com o novo bairro. É uma bela reflexão sobre como a vida a dois pode ser cheia de novas experiências! Parabéns!
Sim, é verdade, precisamos aproveitar todos os momentos como se fosse a nossa primeira experiência e como se fosse única para desfrutá-la sem parar.
Rindo aqui, não só pela graça da aventura do casal, mas por ver a similaridade com um ponto fundamental do nosso novo livro: a vida nos surpreende desde que a gente dê essa abertura a ela. Afinal, não importa a idade, sempre lidamos com questões inaugurais que abrem novas possibilidades e nos tornam mais ricos e felizes. Abraços da Lina Menezes e Regina Menezes.
A vida é única, a vivemos só uma vez, então, vamos desfrutar todos os momentos e ser felizes para sempre, enquato nossa vida dure.
É lindo que, depois de tantos anos de casados, vocês ainda se abram para novas aventuras e oportunidades. E mesmo pequenas grandes conquistas devem sim ser celebradas e valorizadas. Parabéns!
A Fátima tem um espírito muito jovial. É entusiasmada por tudo e é um ser de uma grande bondade. Isso ajuda a abrir portas para que o novo entre sem obstáculos. Isso mesmo. Prontos para a novidade, para as novidades.
Essa história me fez lembrar que a felicidade está nos pequenos detalhes e que é possível encontrar novas aventuras até mesmo nos lugares mais comuns. Aprecie a vida.
Uma criança precisa de pouco para se divertir, assim como tudo pode virar uma bricadeira, que só acabava na escuridão da noite quando não dava para ver mais nada e chegava a hora de dormir.
Uma impressionante historia de como experiencias são mais importante que coisas e o quanto muitas vezes tudo que precisamos e buscamos estão mais proximo do que imaginamos.
Sinto que a alegria de viver tem que se sobrepor aos problemas, dificuldades, qualquer adversidade que venha pela frente, aos apertos por falta de recursos, às contrariedades que sempre chegam e vão depois, às nossas crises e às dos outros, quando tudo para por um impasse precisamos sair em frente e enconstrar uma saída, sermos maiores quando enfrentamos apuros, resolver as provas e desafios, e ficar feliz porque as privações nos levam a descobroir outras formas de abundancias.
Ivo, muito interessante o seu texto. Existem coisas bem simples que podem fazer uma grande diferença. Nós brasileiros que andamos de carro para ir até na padaria do bairro, podemos aprender novos hábitos bem gratificantes na gigante São Paulo. O curioso é que evitamos andar de metrô na nossa cidade, mas quando vamos para o exterior, utilizamos os metros de Nova York e Paris. E o nosso é muito superior. Temos que lutar contra o nosso complexo de vira-lata.
P.S. Eu também comecei a usar o metrô de São Paulo recentemente e estou adorando a experiência.
O Metrô talvez seja um dos poucos momentops de convivência com a diversidade de pessoas que moram nesta ciade, mais que dentro de um ônibus. Fico surpreso com formas de vesrtir, com cortes de cabelo, comportamentos e nas estações é interessante o movimento das pessoas que saem ou entram no vagão, sobrem ou descem as escadas rolantes e fico surpreso com a gentileza e vontade de ajudar tantos dos passageiros quanto dos funcionários do Metrô. Um mundo. Uma cidade grande.
Vivir la vida em autos de lujo, siempre colocando un cômodo transporte locomotor, es solo médio vivir la vida.
Andar la vida sobre tudo pasos és realmente el comienzo de reviver y vivir y vivir la vida nuevamente.
Andar de pie és sentir paso a paso el disfrute de tu cuerpo, de tu cansancio para doblemente disfrutar tu recuperação em um instante, sentir que si puedes em realidad disfrutar de tu respiracion, de tu energia y tocar el aire y romper el desequilíbrio para luego equilibrarte, és lo mas absurdamente maravilhoso que nuestro cuerpo puedes disfrutar. Esa experiência que viste con tu amada Fátima és simplemente algo que merecian desde hacer 25 anos.
Sabes por que decidimos Carolina y yo vivir aqui en Balneário Camboriú, porque aqui nunca mas necessitamos ni de um carro, ni de un metro ni de nada que nos impura andar. Simplesmente caminhar la vida sin manejarla.
São Paulo, la ciudad más grande de Brasil, y una de las ciudades más grandes del mundo. Un privilegio de vivir toda esta urbanidad. Decidí vivir aquí. Y el metro es uno de los aspectos más destacados de esta enorme ciudad y dentro del metro tiene una serie de atracciones que hacen de cada viaje una gran aventura con descubrimientos que su imaginación no ha podido predecir.
Queridos Ivo e Fátima…. Acho que Conheço Uma Palavra Potente e que Resume Suas Vidas e que, em lendo essa Crônica, passo a dizer “SUA VIDA”!…..
Há Muitos Anos os Conheço e Esse AMOR que os Tornou “UM”…. Essa Cumplicidade…. Essa Acuidade…. Essa Constante Constatação de FELICIDADE…. Que Contagia e Me Dá a Certeza de que “O QUE ESTÁ ESCRITO, TEM QUE SER LIDO….” E que Todas as Flores São Sementes em Potência!….
Amigos Amados e Amantes da VIDA…. Enfim…. Quanta Honra e Orgulho Receber Esse Presente que é a Crônica “De Metrô pela Primeira Vez na Vida de Casados”, e a Palavra Potência Que os Define é Vocês São Tremendamente…..
S E N S A C I O N A I S!!!!!
Grato pelas suas por essa visão de nos que mostram a sua amizade. Vamos Sempre estamos fazendo nossas atividades juntos e sempre com grande alegria.
Muito legal tudo isso! 🙂
Viver a vida!
Que maravilha! Li o texto e fiquei feliz por vcs! Também estou vivendo uma nova fase em minha vida, depois de 42 anos de casada, morando na mesma casa, mudamos de cidade e de ares. Está sendo muito bom para nós dois.
Desejo muitas felicidades ao casal!
Mudanças são sempre bem vindas.
Mudanças, a palavra não quantifica o transtorno na vida da gente, mesmo que seja para uma vida melhor, porque nós acumulamos o que não podemos carregar e se carregamos é uma montanha de inutilidades. Mas, o prazer que esta nova casa tem nos dado cobre de flores todos os espinhos que encontramos pelo caminho. Você, Mora, também mudou de casa e esta feliz, isso que importa.
Ivo Donayre, que surpresa agradável foi receber o seu texto, intitulado ‘De Metrô pela Primeira Vez na Vida de Casados’. Quero parabenizá-lo por essa bela escrita e agradecer por compartilhar conosco esse dia tão especial na vida de vocês.
“Esse relato simples e sincero transmite a magia das pequenas aventuras cotidianas, aquelas que fortalecem os laços e enchem de significado a jornada a dois. É tocante ver como momentos assim, tão corriqueiros, podem se transformar em memórias inesquecíveis quando vividos com amor e cumplicidade.” Grande abraço,
Veja que bacana experimentar caminhos novos, essa sim que é liberdade. Estou sentindo ma surpresa no bairro da nova moradia. Já estive aqui, neste apartamento, muitas vezes como visita, porque aqui morava minha esposa antes de casar comigo quando fomos morar em outras casas. Os pais dela continuaram morando aqui e viemos de visita várias vezes. Então, passram-se os anos, 25 anos e faz umas três semanas que estamos morando aqui. E despertei como de um sonho para ver o atrativo do bairro e são muitos. Talves esteja comparando com o bairro que morava antes, de onde viemos, que é o Alto da Boa Vista, é lindo porque tem muitas árvores, mas é isolado, não tem esse comércio daqui do Brooklin e tem uma geografia com muitas subidas e descidas bem pronuciadas. Gostava muito do lugar que morava, mas aqui me encontrei novamente nesta urbanidade.
Existem momentos na vida que, apesar de simples, transbordam de significado e felicidade. A decisão de trocar o carro pelo metrô, algo que poderia parecer trivial, se transformou em uma jornada encantadora e cheia de descobertas para o autor e sua esposa Fátima. Cada passo dado pelas ruas do novo bairro, Brooklin, trouxe consigo a leveza de uma nova fase em suas vidas, repleta de pequenas conquistas que, ao final do dia, deixaram um rastro de pura alegria.
O simples ato de caminhar lado a lado, descobrir as nuances de um novo cotidiano e, finalmente, experimentar a cidade de uma maneira tão próxima e genuína, encheu seus corações de uma satisfação única. Essa experiência, marcada por momentos de surpresa e encantamento, ficará para sempre gravada na memória como um símbolo de como a felicidade pode ser encontrada nas coisas mais simples e nos gestos mais singelos. A chuva que os acompanhou na volta para casa foi o toque final que coroou um dia inesquecível, onde cada detalhe se somou para criar uma sensação de plenitude e alegria compartilhada.
Bruno, você quase escreveu um outro artigo para fazer um simples comentário. Bravo! agradecido!
Caros Fátima e Ivo Donayre, leitura prazerosa e sincera. Vocês são capazes de sempre nos surpreender com seu lado humano genuíno e por seu profissionalismo em dois setores tão importantes como o editorial e o odontológico de alto nível. Como cliente dos dois setores acabei me tornando um amigo deste casal fabuloso. Um Forte Abraço e que continuem a ajudar as pessoas com sua simpatia e profissionalismo.
Dessa vez li com minha mãe, que também se encantou com a escrita e ficou feliz pelo casal, ela disse: “parabéns ao casal por compartilhar tanta felicidade! Parecem um casal de adolescentes apaixonado. Que Deus continue lhes abençoando cada vez mais e assim contagiem a sociedade com tantos vivência e sentimentos bons. Parabéns”. Eu também achei o texto encantador e de extrema leveza. Também gostei do casal!
Adorei nos comparar a “um casal de adolescentes apaixonados”. Acho que é como nos sentimos eu e a Fátima. E eu e ela temos muitas outras identidades e os livros são uma de nossas paixões. Este apartamento que nos mudamos a Fa´tima já tinha morado antes com o pai e a mãe. Eles compraram o AP do zero redecorarfam todos os espaços. E Levei uma grande surpresa quando percebi que a Fátima tinha decorado o querto dela, aqui neste apartamento como uma biblioteca, cheia de estantes e uma mesa para escrever. Minha vida toda, em todas as casa que morei, e foram muitas, sempre teve um espaço assim, igual a este, onde tinha estantes para muitos livros e uma mesa para escrever. Que identidade!