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Cultismo
O cultismo, também denominado culteranismo, foi uma vertente literária proeminente durante o período barroco, especialmente na Península Ibérica. Caracterizava-se por uma ênfase na forma e na estética do texto, priorizando a elaboração linguística e o uso abundante de figuras de linguagem para criar uma expressão artística refinada e complexa.
Características Principais do Cultismo:
- Linguagem Rebuscada: Os textos cultistas são marcados por um vocabulário erudito e sofisticado, com preferência por termos raros e preciosos, demonstrando erudição e refinamento.
- Abundância de Figuras de Linguagem: Há um uso intensivo de metáforas elaboradas, hipérbatos (inversões sintáticas), antíteses e sinestesias, visando enriquecer a expressividade e a musicalidade do texto.
- Valorização da Estética Formal: O cultismo foca na construção de imagens e na sonoridade das palavras, buscando provocar sensações e estimular os sentidos do leitor através de descrições detalhadas e ornamentadas.
- Jogo de Palavras: A prática de trocadilhos e jogos verbais é comum, explorando a polissemia e a ambiguidade para criar efeitos de surpresa e profundidade semântica.
Principais Representantes:
O poeta espanhol Luis de Góngora y Argote (1561-1627) é frequentemente associado ao cultismo, sendo considerado seu principal expoente. Sua obra é emblemática pelo uso intensivo de recursos estilísticos que exemplificam as características cultistas.
Diferença entre Cultismo e Conceptismo:
Enquanto o cultismo enfatiza a forma e a ornamentação linguística, o conceptismo (ou quevedismo) valoriza o conteúdo e o jogo de ideias, focando em argumentos racionais e no pensamento lógico para persuadir e instruir o leitor. O conceptismo é associado ao poeta espanhol Francisco de Quevedo.
Exemplos de Cultismo na Literatura:
Um exemplo notável de cultismo pode ser observado nos poemas de Góngora, onde a complexidade das metáforas e a estrutura sintática elaborada criam uma experiência estética rica e desafiadora para o leitor.
Considerações Finais:
O cultismo representa uma busca pela perfeição formal e pela expressividade artística, refletindo a complexidade e a exuberância do período barroco. Sua ênfase na forma e na ornamentação linguística contrasta com a simplicidade renascentista, oferecendo uma perspectiva única sobre a arte literária da época.